terça-feira, 16 de novembro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Amuleto
quando boto meus olhos dentro da tua cabeça, eles ficam rubis.
e o mundo, encarnado apenas como um espanhol sabe sentir:
o mundo fica rojo e, em minhas veias, a seiva das rosas escarlates.
Sim, a tua cabeça povoa a minha cabeça - é o meu planeta.
José Inácio Vieira de Melo in Roseiral.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Alicenações.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Me diz o que é o sossego.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Hellhound On My Trail
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
bunuel.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
mes filmes.
Morin... O Edgar.
Quando interrogado sobre qual a sua máxima de vida:
Pachamama.
sábado, 17 de julho de 2010
quinta-feira, 24 de junho de 2010
zanardeando
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Chego a achar engraçada a maneira como eu dou muito mais importância aos detalhes pequenos. Minimais. Infinitesimais. Como o velho Leibniz dizia. O determinante não está no grande, mas no detalhe. No minúsculo, no infinitamente pequeno, quase imperceptível.Foi um filósofo que descobriu o cálculo infinitesimal, engenheiros.
Minhas sextas à noite eram passadas desse jeito. E pra mim, fazia sempre tanto sentido.Não precisava de Leibniz para me dar conta disso. Sempre soube.Eu sabia que era amizade quando eu dei aquela festa lá em casa e agente lavou junto o quintal às cinco da manhã e teve toda aquela guerra de mangueira.Eu sabia que era saudade porque o fato da minha tevê não ter Discovery H&H, me lembrava que a sua tinha, e todo vez que eu não colocava naquele canal eu lembrava de você. Nanismo primordial.Quando eu ganhei aquele colar de pérola negra, eu não vi o colar, eu o vi preocupado em saber se eu ia gostar do presente.Gosto muito mais daquilo que meu dinheiro não pode comprar.Ninguém pode comprar um telefonema às duas da manha numa segunda de um amigo pedindo que você converse com ele pra não dormir na estrada.Nem uma crise de riso na mesa de Domingo, com toda família, daquelas que você tenta tomar um copo de coca pra se acalmar e acaba cuspindo tudo pelo nariz, e sua avó passa atrás de você e te manda levantar os braços e chamar São Braz.Quando eu ganho um livro, a dedicatória é sempre tão mais importante que o título.E o cartão é mais importante que o presente.E a viagem é sempre mais legal que o destino.Eu sabia que era amor quando ele pegou aquela mexa do meu cabelo, colocou atrás da minha orelha e meu deu um beijo na testa.Não me faltava mais nada.
É sempre tão pequeno, quase invisível.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
where the wild things are
domingo, 23 de maio de 2010
new slang
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Veríssimo
Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar
e só sirvo pra uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa.
Eu, calipto.
Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy.
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu, fão.
Eu, fônico.
És suculenta
e selvagem
como um fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu, piniquim.
Eu,ropeu.
Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, prior.
Tu és um corpo e eu um vulto
és uma miss, eu um místico.
Tu,multo.
Eu,carístico.
Ès colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu,clidiano.
Dizes na cara
o que tem vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu,tano.
Eu,femismo.
terça-feira, 4 de maio de 2010
O livro dos abraços
sexta-feira, 30 de abril de 2010
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Conhece-te a ti mesmo
sexta-feira, 23 de abril de 2010
pessoando
Cada momento mudei
Continuamente me estranho
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é.
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas o meu ser
O que segue não prevendo
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
o que julguei que senti
Releio e digo: " Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
quarta-feira, 31 de março de 2010
remember me.
Apesar de ser um saco ser humano.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Nas voltas do meu coração
sexta-feira, 12 de março de 2010
pensamentos de Neruda
c'était salement romantique - couer de pirate
sem-teto.
segunda-feira, 8 de março de 2010
resoluções axiomáticas
Cansei de doses homeopáticas que mais incitam do que inibem minha alma de vibrar. Queria tanto que me fosse natural ser comedida. Mas não é. Não é e me dói. Dói com as caracteristicas de cor purpura, densa e quente.
Eu nunca pedi pra ler Lord Byron com dezasseis anos. Me deram como leitura obrigatória Johann Wolfgang von Goethe. Eu sinto como Baudelaire dizia em "Les fleurs du mal". "Tenho lembranças como quem tem mil anos". Essa insaciedade da alma, que não sossega. Essa sede que livro nenhum dá jeito. Me impressiono com os menores detalhes, aqueles bem pequenos, quase invisiveis. E o que é belo me pesa no espirito, fisicamente. A única pessoa que eu vi chorar escutando Requiem de Amadeus Mozart foi meu pai. Eu também não aguntei.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Where is my mind - Pixies
Todo aquele gosto de Janis Joplin e Bob Dylan às quatro da manha, acompanhado daquele travesseiro que tinha cheiro de H20, e um cabelo bagunçado que bagunçava minha cabeça me era tão distante e tão doloroso que tenho certeza que biologicamente tudo em mim estranhava você.
Tô lembrando de Los Hermanos, "que o esforço pra lembrar, é vontade de esquecer".
Mas eu nunca vou esquecer. Nem que eu me esforce, nem em um século, um mês, três vidas e mais. Só tenho que aprender a guardar você em algum lugar fora das minhas fantasias de Power Rangers vermelhos, cervejas em piscininhas plásticas, banheiros de salão de festas, viagens pra Machu Pichu e filmes da sessão da tarde, aqueles velhos, que agente lembra pra sempre.
Não tenho condições de te guardar em mim. Já tentei, você sempre foi muito espaçoso e folgado. Prefiro lembrar do box embaçado e da caixinha de leite sorridente. E do tanto que eu me esforçava para entender porque eu me esforçava tanto. Eu me esforçava tanto. " Dizem que tô louco, por te querer assim, por te pedir tão pouco, e me dar por feliz". Eu nunca fui sua flor, nem seu bêbe.
Você sabe, na verdade, era mentira quando eu cantava aquela música do Ultraje a rigor " só quero um pedacinho, mas você me dá uma migalhinha". Ououououou Giselda. Eu nunca quis só um pedacinho, e acho que foi por isso que eu nunca fiquei satisfeita com aquelas "migalhas dormidas do teu pão, pequenas porções de ilusão". Só lembro daquela for vermelha do meu vestido que hoje em dia só tem cheiro de sangue pingando.
Prefiro guardar aquela cena do "Clube da luta", com aquela música que você adora, e eu digo pra você com sinceridade, como quem reconhece em si mesmo uma parte que não conhecia, de mão dada com um pseudo-amor, assistindo ao próprio mundo cair:" you meet me in a very strange time of my life".