segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Delírios Heideggerianos.


Adoro nunca ser a mesma coisa. Adoro nunca serem as mesmas pessoas. Adoro o novo, sempre. Encham-me de tudo aquilo que eu não conheça. Encham até transbordar e inundar o ambiente onde eu me encontro de letras e cheiros e "ismos" que me são completamente desconhecidos até hoje.

Encha porque o vazio que acomete as minhas certezas me afligem e me inquietam a vida. Não quero a certeza cristã dogmática e nem a certeza cientifica mutabilíssima no maior superlativo que possa haver. O mundo é tão pequeno e as pessoas são tão grandes. Tão grandes que não cabem no mundo quiçá em si mesmas. Volto ao pensamento do "eu" fragmentado de que trata Heidegger. Eu me manifesto somente em partes, nunca manifesto meu " eu " por completo, este "eu completo" só existe na minha cabeça.

Então é assim: a única maneira de "eu" me manifestar são em partes, pedaços, doses. Doses de mim. Quero cinco doses de mim hoje garçon, por favor. Hoje quero me sentir completa. Vou ser eu-filha, eu-mulher, eu-aluna, eu-irmã, eu-amiga. Quanto fica? É por conta da casa hoje, você está muito bonita. Obrigada. Só lembro que no final da noite vomitei como uma doente.

As doses não me agradam. Meus "eus" pedaços não me agradam.

Fico feliz por um momento por existirem as palavras e eu poder escrever o que de outra maneira nunca conseguiria expressar. Se falo fico louca, me perco em pensamentos e vozes e não me vejo. Assim é bom, eu me vejo, vejo cada acento errado e cada construção gramatical mal feita que eu nunca soube corrigir.

dado antropológico.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Eflúvios inebriantes do Capitalismo

"Todo esse tempo, todos esses rostos, todos esses gritos de gozo, esses abraços sem alma de manhãzinha, quando não é noite nem é dia, o seu orgasmo termina então, e seus olhos se descerram, seu quarto é apenas um puteiro, Baudelaire está morto, e quem está nos seus barços é simplesmente uma puta..." PILLE, Lollita. Hell. Paris 7506.

Li Hell pela segunda vez. O livro da Lollita Pille. Parece que foi a primeira.

Ela é uma escritora francesa de 27 anos, que escrevre sobre seu próprio mundo: uma herdeira da geração de mulheres da sociedade. Sabe nas aulas de geografia política quando o professor fala que 90% da riqueza do mundo está concentrada nas mão de 1% da populção? Então, é ela :Símbolo manifesto da persistência do esquema marxista, a encarnação dos privilégios, os eflúvios inebirantes do Capitalismo.

Em 2003 ela escreveu Hell, meio que uma autobriografia fantasiada para não ofender os nobres Noms com quem ela compartilha o day-by-day sufocado de Channel, Prada, Louis Vitton et Gucci. Et Porshes, Café Flo, Saint-Tropez e tudo mais que o meu dinheiro nunca vai entender. Maaaas, tirando todos esses zeros que acompanham o final das contas que ela pede, o conteúdo do tripé tédio-vazio-desesperante- que sustenta as angústias dela, estão em hamonia com as minhas.

Com aquelas minhas angústias egoístas, que se misturam com o altruísmo mais nobre que eu tento colar em mim mesma. Aqueles "estar", "naõ estando" nos lugares que frequento e a vontade carnal de sair correndo e escrever.

ANYWAY, ler Heel, é ler a poesia que domina as entrelinhas do processo de amadurecimento da alma, que por mais incolor que seja, deixa um cheiro de sangue esparramado.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Tem que ter tesão!




Durante minha aula de Antropologia Social, meu professor citou um livro do Roberto Freire ( que pra quem não sabe é além de escritor um médico psiquiatra que ficou conhecido pela criação da técnica terapeutica de somaterapia, além de fazer alguns trabalhos na televisao) chamado:Sem tesão não há solução. Não li ainda, mas sem dúvida, tá na lista dos próximos a serem lidos.



segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pequeno príncipe na OCA


Je vais profiter de ce texte pour écrire un tout petit peu en français, car comme vous savez déjà, je ne le fait pas souvent. Alors, l'exposée était vraiment super, et l'impression que j'ai eu c'étai de renter dans un livre. Alors, quelques lignes d'Antoine:

"Mais le yeux sont aveugles. Il faut chercher avec le coeur"

"J'aime bien les couchers de soleil. Allons voir un coucher de soleil."

"Dessine-moi un mouton!"






domingo, 22 de novembro de 2009

COCO avant CHANEL



Coco avant Chanel, lançado dia 30 de outubro no Brasil (mas sem esperança de estréia no nosso amado CINEMENOS, no Center Shopping) é uma "réussite" .Contando poéticamente a vida de Gabrielle Bonheur Chanel, estilista francesa famosa por sua moda "haute couture", que criou o império CHANEL, o filme segue fielmente o título em francês, "Coco antes de Chanel" .
Para quem estiver passando pelas grandes capitais nas próximas semanas, aproveitem! E descubra porque alguém que afirma: " Je ne fais pas la mode, je suis la mode", mereceu um filme.
Curiosidade CHIQUÈÈRRIMA: Gabrielle vira COCO, pois no início de sua carreira, quando começa a ficar conhecida, e durante certa viagem à casa de seu tio em Vichy, ela cantorolava muito a "chansonette": "qui qu'a vu Coco, dans l'Trocadéro?" de Baumaine de Blondelet.

Let's turn Copenhagen into Hopenhagen!


Acesse o site http://www.hopenhagen.org/home/map e assine a petição de apoio a ONU, que reivindica um tratado que seja "ambicioso, justo e efetivo na redução de emissões".

Consta que dois documentos com 68 páginas dispõem sobre temas como: energia nuclear, comercialização de emissões, florestas, navegações, emissão de gases efeito estufa, entre outros. Contudo, o mais radical versa na sugestão de que os países ricos cortem sua emissão de gás carbónico por menos da metade, afim de deter o aquecimento global, que segundo o Painel Climático da ONU, provocará o aumento dos oceanos, ondas de calor, enchentes e secas.

Engraçado, acabei de assitir 2012.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

la tête dans les nuages



Para inaugurar este blog ( que espero conseguir levar adiante) deixo ao dispor de quem se interesse, a poesia de Charles Baudelaire, L'étranger, que dá titulo a este.

Enjoy...

L'étranger-

-Qui aime tu le mieux, homme énigmatique, dis? Ton père, ta mère, ta soeur ou ton frère?

-Je n'ai ni père, ni mère, ni souer, ni frère.

-Tes amis?

-Vous vous servez là d'une parole dont le sens m'est restée jusqu'à ce jour inconnu.

-Ta patrie?

-J'ignore sous quelle latitude elle est située.

-La beauté?

-Je l'aimerais volontiers, déesse et immortelle.

-L'or?

-Je le hais comme vous haissez Dieu.

-Eh! Qu'aimes-tu donc, extraordinaire étranger?

-J'aime les nuages...les nuages qui passent...là-bas...là-bas...les merveilleux nuages.